Calculadora

Previsão de promoção da carreira diplomática

Algoritmo da Calculadora

Este texto descreve, em termos simplificados, o funcionamento da calculadora e como ela estima o tempo de progressão na carreira diplomática com base em regras formais e padrões históricos.
 
Para uma compreensão aprofundada da metodologia e dos fundamentos do algoritmo, acesse o estudo completo:

Estudo da calculadora de carreira diplomática

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Como funciona

O algoritmo da calculadora gera uma projeção do interstício esperado entre cada uma das classes, estimando o ritmo e o limite da ascensão do diplomata. Este cálculo é fundamentado em características individuais e em padrões históricos de progressão de carreira.
Os dados utilizados foram fornecidos pela Administração do MRE e sistematizados pela consultoria Múnus Social Data, em parceria com a Pythonic Café.
Para cada característica considerada, o modelo quantifica o impacto, positivo ou negativo, sobre o tempo estimado entre cada fase da promoção. Esses efeitos são derivados de um modelo estatístico de regressão linear bayesiana, calibrado com dados empíricos de progressão. O modelo infere padrões históricos e projeta tendências futuras a partir da análise de séries temporais dos dados, o que permite integrar fatores de restrição à progressão, como a saturação de vagas por classe nos Quadros Ordinário e Especial.
Com os interstícios projetados para cada promoção, é possível estimar a idade provável do diplomata ao alcançar cada classe. A partir disso, são aplicados os critérios regulatórios de aposentadoria compulsória e de transição para o Quadro Especial, permitindo que, dadas as características individuais e os tempos estimados, se possa determinar a classe final alcançável e o fator limitante da progressão.
Aviso: os resultados obtidos são aproximações baseadas no conjunto de informações atualmente disponíveis. Embora sustentados por dados empíricos, eles permanecem sujeitos às incertezas inerentes à previsão de processos futuros; por isso, a trajetória real de cada diplomata pode divergir dos cenários estimados. A seção “Cenários Alternativos” da calculadora apresenta essas incertezas de forma visual.

Critérios regulatórios para promoção

Toda promoção requer tempo mínimo de permanência na classe. Conforme a classe de destino, também são exigidos cursos, períodos de serviço no exterior ou em funções de chefia.
Abaixo, as exigências para promoção para cada classe:
Classe  Carreira (semestres) Classe (semestres) Exterior (semestres) Chefia (semestres) Curso
Ministro de Primeira Classe 40 6 20 6
Ministro de Segunda Classe 30 6 15 0 CAE
Conselheiro 20 6 10 0 CAP
Primeiro Secretário 0 6 4 0 CAD
Segundo Secretário 0 6 0 0 CFD
Terceiro Secretário 0 0 0 0 CACD
Sobre a contagem de tempo no exterior e em funções de chefia, veja os parágrafos 1º a 5º do Artigo 6 do Decreto nº 6559.
Não podem ser promovidos diplomatas que:
  • Estejam afastados do cargo por licença (interesses particulares, doença prolongada, afastamento de cônjuge, mandato eletivo, entre outros).
  • Tenham sofrido sanções disciplinares nos últimos 12 meses.
Adicionalmente, há os critérios para transição ao Quadro Especial: idade ou tempo de classe, conforme a tabela abaixo:
Classe Idade (anos) Classe (semestres)
Ministro de Primeira Classe 65 30
Ministro de Segunda Classe 60 30
Conselheiro 58 30
Primeiro Secretário 24
Segundo Secretário 20
É importante notar que a transferência de SS e PS para o QE ocorre de forma diagonal. Ou seja, SS e PS entram no QE respectivamente como PS e como C.

Características gerais das previsões

A tabela a seguir apresenta um dos resultados mais relevantes do modelo: as estimativas do tempo médio, em semestres, necessário para cada promoção ao longo do tempo. Os valores foram calculados com base em características médias dos diplomatas da base de dados, replicando a lógica das previsões individuais. Cada linha refere-se a um ano de referência (de 1990 a 2050) e mostra a tendência temporal encontrada pelo modelo.
Ano Promocao Média TS a SS SS a PS PS a C C a MSC MSC a MPC
1990 7.1 5.2 5.9 7.5 7.1 9.8
2000 9.4 7.5 8.2 9.8 9.4 12.1
2010 11.7 9.8 10.5 12.1 11.7 14.3
2020 14.0 12.1 12.8 14.4 14.0 16.6
2030 16.3 14.4 15.1 16.7 16.3 18.9
2040 18.6 16.6 17.4 19.0 18.6 21.2
2050 20.8 18.9 19.7 21.2 20.9 23.5
Os resultados apontam para um aumento contínuo dos tempos médios de promoção em todas as etapas da carreira. Em 1990, os intervalos aparecem mais baixos porque o modelo foi calibrado para ganhar maior precisão a partir de 2020.
A partir de 2020 até 2030, as estimativas se alinham ao padrão atualmente observado. No entanto, caso a saturação recente de vagas se mantiver, as projeções apontam para um agravamento expressivo desses intervalos nas décadas seguintes.
A finalidade da modelagem temporal é justamente capturar e estimar o aumento esperado no intervalo entre promoções. Utilizamos os dados históricos mais recentes para extrapolar o tempo médio entre classes no futuro, assumindo que a estrutura da carreira permaneça inalterada.
Realizar essa extrapolação é um desafio estatístico: estimativas superdimensionadas ou subdimensionadas comprometeriam a utilidade do instrumento. Por isso, essa foi a etapa mais intensiva do projeto da calculadora, reunindo o maior volume de conhecimento institucional sobre a carreira, alterações normativas recentes, bases de dados atualizadas e técnicas estatísticas parcimoniosas.
Consideramos, entre outros fatores, a saturação de vagas nos Quadros Ordinário e Especial, o aumento da idade para aposentadoria compulsória e as variações no tamanho das turmas ao longo do tempo — mudanças capazes de prolongar os tempos de promoção. Por fim, a modelagem bayesiana permitiu limitar a intensidade das tendências projetadas.

Contribuições dos Autores segundo a taxonomia CRediT

A tabela abaixo apresenta a atribuição individual das contribuições dos membros da equipe envolvida na elaboração da Calculadora de Carreira, não apenas este documento, conforme a taxonomia CRediT (Contributor Roles Taxonomy):
Autor Contribuições
Loreta Guerra Conceitualização, Metodologia, Validação, Análise formal, Investigação, Curadoria de dados, Escrita – Rascunho Original, Escrita – Revisão e Edição, Visualização, Supervisão
Ricardo Semião Conceitualização, Metodologia, Validação, Análise formal, Investigação, Curadoria de dados, Escrita – Rascunho Original, Escrita – Revisão e Edição, Visualização, Supervisão, Software
Fabia Berlatto Conceitualização, Validação, Investigação, Curadoria de dados, Escrita – Rascunho Original, Escrita – Revisão e Edição, Supervisão, Administração de projetos
Sérgio Santana Software, Validação, Visualização
Lucivan Queiroz Software, Validação, Visualização, Administração de projetos
Karla Gobo Curadoria de Dados, Validação